segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Perfeito

Um fim de semana perfeito começa na sexta-feira à tarde. Esse seria o momento de dar uma passeada pela Savassi, tomar um cappuccino shake no Café Três Corações, entrar em todas as lojas e olhar as coisas bonitas longamente. Como estamos falando do fim de semana perfeito, seria início de mês, e eu teria dinheiro para comprar uma sandália linda, uma calça que vestiu super bem e uma blusinha modernosa. À noite, eu em contraria algum amigo, ou um pequeno grupo de amigos para uma cerveja de leve em algum lugar gostoso e com música ao vivo. De preferência, o Normal, onde o Kelber toca deliciosamente todas as sextas à noite.

No sábado de manhã, a boa seria dar uma corridinha por aí com o Namo. Às vezes, praticamos um esporte que se chama corremorar, em que os participantes correm e namoram ao mesmo tempo. A parte da corrida fica prejudicada, mas o namoro agradece. Idealmente, Otelo seria comportado o suficiente para nos acompanhar nesse programa e faria todo o percurso sem embolar a coleira nas nossas pernas e sem sentar no chão, empacado que nem mula, com a língua igual a uma gravata após meia hora de passeio.

Terminado o trajeto, nos sentaríamos em uma mesinha do ¡Me gusta!, na Lagoa Seca, e tomaríamos um frozen yogurt. Depois iríamos para casa preparar o almoço. Descansaríamos à tarde, para irmos a algum programa bacana com nossos amigos à noite. Nada de boate, porque não tenho saco, mas um samba seria ótima opção. Nos divertiríamos horrores e sairíamos do lugar suados de tanto sambar.

Domingo de manhã seria de enrolar na cama até umas 10h, e sair para tomar um brunch no Café Status. Daríamos uma volta por aí, vendo lugares bonitos e pessoas diferentes. Como seria um dia de sol, poderíamos dar uma ida rápida ao CEU tomar um banho de piscina e um solzinho. Voltaríamos para casa à tarde e assistiríamos às séries do Universal Channel até a noite, quando fecharíamos o findi com uma ida a um café ou a uma sorveteria gostosa.

Todos os meus fins de semana até hoje foram diferentes desses planos. Gosto disso.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Raquel

Desde muito nova lamentei o fato de não existirem músicas – boas – com o nome Raquel. Tantas possibilidades de rima, tanta sonoridade e nenhum artista inspirado para pôr letra e melodia ao redor dessas seis letras. Beatrizes, Luízas, Carolinas, Marianas, Roxannes – só para citar algumas – todas agraciadas com letras de músicas, mas nenhuma Raquel teve o mesmo privilégio. Frustrante, essa é a palavra.

Um pouco mais velha, minhas pretensões aumentaram. Já não bastava ter uma música com meu nome. O sonho dourado passou a ser ter uma música feita para mim. Meu nome na música já não era importante. Aliás, era até melhor que ele não estivesse explícito. Queria alguma que eu ouvisse e soubesse exatamente, e melhor do que ninguém, o que aquelas palavras continham. Como quando escrevo alguns textos: a maioria das pessoas tem um nível de compreensão global, mas uma determinada pessoa consegue entender em profundidade.

Semana passada, em uma aula de Espanhol, a descoberta: o músico uruguaio Jorge Drexler, autor de músicas que adoro, me fez feliz sem saber. A sua música Raquel é uma graça, e muito agradável aos meus ouvidos.

Um passo de cada vez.