terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Chá de amigos

Este sábado foi o chá de panela de Sílvia e Renné. Nada de brincadeiras com os noivos, nada de tentar adivinhar quem deu o quê de presente. Só um monte de amigos reunidos desejando tudo de bom aos namoridos, que é o que importa, na verdade. A casa da Sílvia estava toda decorada para o evento (porque toda festa na casa da Sílvia é um evento).

Conheci a mãe da Sílvia, de quem ela tanto fala. Uma senhorinha miúda e doce, que se despediu de mim falando para eu ir à casa dela da próxima vez que estiver em Patos. Linda. Sílvia é a cara dela. Desta vez, porém, não vi os sobrinhos Lucas e Olivier, que sempre dão o ar da graça nas festas. Acho que eles estão crescendo mesmo...

Nesse fim de semana, descobri que a cada festa na casa da Sílvia me divirto mais. A cada edição, encontro aquelas pessoas que não via desde a última festa na casa da Sílvia e sempre conheço pelo menos uma pessoa muito legal. Dessa vez, os grandes encontros foram com Tt e Vinícius, além da Bruna e do Carneiro, com quem passei horas e horas levando um papo bom... E conheci o Daniel, do Pílula Pop. Saí da festa me perguntando como eu não havia conhecido esse moço antes. Tão simpático, e ainda fala Italiano!

Deixei para o final falar da estrela da festa: Sílvia. Como está bonita! Acho que, apesar do sufoco, esse ano de São Paulo lhe fez foi muito do bem. Sílvia agora resolveu assumir sua beleza dramática à la Penélope Cruz. E resolveu assumir também a sua felicidade. Sabe aquela coisa de que quando a mulher está feliz ela tem brilho nos olhos? Tem mesmo, vi em Sílvia. Pode ser impressão minha, pode ser porque sou muito sugestionável, mas acho que ela já está até com cara de esposa.

Tem casamento que a gente sabe que vai dar certo, né? Esse é um. Hip hip hurra para os namoridos!



PS: Infelizmente, ainda não conheci Renné. Mas já sei que ele é um cara muito legal e que faz Sílvia feliz. Precisa saber mais para gostar dele?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

#memedasantigas - 02/12: 2010 não acabou, ainda vou tentar...

Aí que não adianta negar, nem tentar me convencer do contrário: quem tem biotipo de gordinho, nunca vai deixar de ser gordinho. O meu caso é exatamente esse: neném com celulite na barriga e dobrinhas no braço (que me renderam uma cicatriz de BCG na horizontal, diga-se de passagem); criança gordinha, com bochechão e barrigão; adolescente gordinha e complexada; adulta que vive em constante luta com a balança, sempre controlando o peso.

Ano passado cheguei ao meu máximo: 64 horrorosos quilos que me faziam sentir mal diariamente. Fui ao endócrino, fiz dois meses de uma dieta rígida e – ao contrário de Tim Maia, que em duas semanas perdeu 14 dias – consegui emagrecer seis quilos. Mas aí vieram as festas de fim de ano versão 2009, início em um novo trabalho, convivência com pessoas que não se controlam para doces e comilâncias em geral e meu esforço foi pelo ralo. Cá estou eu novamente com 62 quilos. Mas ainda não fui derrotada: como 2010 ainda não acabou, minha meta agora é chegar aos 59 até o final de dezembro. Ouviu, Sr. Alpino de depois do almoço?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

#memedasantigas - 01/12: Peraí... 2010 tá acabando?

Papai Noel, árvores cheias de penduricalhos, bonecos de neve (oi?), guirlandas, presentinhos, trânsito infernal, chuva, calor. Chegou dezembro oficialmente e, com ele, o fim de ano. Isso nos leva a crer que, sim, 2010 está acabando.

Acho que, ao contrário do ano de muita gente, o meu não passou tão rápido assim. Aliás, passou, mas foi um ano de muitos acontecimentos até agora. Saí do estágio, fiquei desempregada, comprei móveis para minha sala, encerrei definitivamente uma amizade, arrumei um emprego que eu detestava, depois outro que eu adoro, Otelo foi envenenado duas vezes, meus pais inauguraram uma padaria, fui ao show da minha vida. Ano cheio, esse 2010. E olha que ainda estamos em 1º de dezembro! Vamos ver o que mais teremos até a retrospectiva (da Globo e a minha), no dia 31.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Day in the Life

Quatro dias depois do grande show da minha vida, acho que somente agora minha ficha está começando a cair: EU VI UM BEATLE AO VIVO! Estou ouvindo as músicas da setlist e só agora as lágrimas me vêm aos olhos, relembrando cada momento da apresentação. O show que começou com Magical Mystery Tour e levou a platéia ao delírio já nos primeiros acordes ainda guardava muitas surpresas, mesmo para os que haviam decorado toda a setlist.

Seguida de Jet e, logo depois, de All My Loving, o Morumbi veio abaixo pela segunda vez em menos de 15 minutos. Nessa hora – como diria Rob Gordon – eu já queria ir lá fora comprar outro ingresso com um cambista, porque os R$160 que eu paguei no primeiro já tinham sido gastos.

Em um show em que todo o público sabia de cor até os péon-péon-péon-péeeiinnn dos riffs das guitarras (agora brilhantemente tocadas por Brian Ray e Rusty Anderson), não se podia esperar mais do que um clima ótimo: todos os que estavam ali queriam realmente estar ali e se esforçaram para isso; várias gerações – dos tiozões de 60 e poucos anos até garotinhos de sete ou oito – curtindo as mesmas músicas e nem sombra de qualquer tipo de confusão. Até a chuva, que começou a cair em São Paulo por volta das 15h30, colaborou com a noite e parou por volta das 21h.

A banda de Paul McCartney também é um show à parte, com destaque para o multi-instrumentista e também diretor musical da banda Win Wickens, que é uma orquestra de um homem só. Trazendo teclados, metais e cordas para dentro de um palco que abriga somente cinco músicos, ele dá a graça de uma série de cações como Let ‘em In, por exemplo. Outro destaque é Abe Laboriel Jr., baterista que abandona as baquetas em Dance Tonight para realizar uma elaborada (#not) e simpática coreografia no fundo do palco.

Mas, depois disso tudo, devo dizer que o que mais me impressionou foi a simpatia e a gentileza de Paul McCartney. A gente reconhece um verdadeiro lord inglês quando vê um. Com um repertório de frases em Português que fugia – e muito – dos tradicionais “Oi! Tudo bem?” e “Obrigado” com sotaque carregado, Paul (e já me permito a intimidade) ainda se desculpava com a platéia quando queria expressar alguma coisa que não estava em sua cola de frases em Português. Com “Esta música eu escrevi para minha gatinha Linda, mas esta noite ela é de todos os namorados”, foi ovacionado e arrancou de todos aquele sorriso de compaixão misturado com ternura. Distribuiu elogios à platéia (“vocês são ótchimos!”, “vocês são maravilhosos!”, “you are great”) e teve a delicadeza de não criar rivalidade entre o público dos dois shows, de segunda-feira e de domingo (“You have been a great audience. You and yesterday’s audience have been great audiences. It’s a pleasure for us. “).

Com a chegada do segundo bis, todos os presentes sabiam que o once in a lifetime show estava para acabar. Mas Sir Paul McCartney ainda fez questão de preparar os corações daquele mundaréu de gente, como um avô que prepara o neto relutante para dormir. “Agora nós vamos embora”, e foi respondido com um sonoro “Noooo!”.

- “Sim, nós vamos embora.” E novamente, “Nooo!”.

- Don’t you want to go?”

- “Noooo!”.

- “Yeah yeah yeah but we have to go, get back to the hotel, and also you have to get back to the places where you came from”.

Não era mais possível argumentar. Assim, assistimos – e cantamos – felizes à adaptação de Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

“Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band, we hope you have enjoyed the show…” E o sentimento geral de quem deixava o estádio do Morumbi com trechos variados das músicas apresentadas nas quase três últimas horas era, sem dúvida, “Thank you, Sir”.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

É hoje! (ou Isto e Aquilo)

Aniversário, mais um ano chegando no meu calendário, e dessa vez me peguei fazendo um balanço de mim enquanto dirigia para o trabalho. Chego à conclusão que, no fim das contas, tudo está relacionado ao trabalho: não faço todas as coisas que gostaria (capoeira, canto, percussão, artesanato, ir a mais shows, encontrar mais amigos, viajar mais, cinema etc etc etc) porque o trabalho me toma muito tempo; ainda moro em BH porque trabalho aqui; não me caso com o Namo porque não ganho o suficiente para isso no meu trabalho.

Comecei a pensar também que quero mudar isso. Mas mudar para onde? Pensei em ir para São Paulo tentar a vida, ganhar mais dinheiro, trabalhar menos (porque em qualquer lugar eu vou trabalhar menos do que as minhas atuais 50 horas semanais), poder juntar oficialmente as escovas de dente com o Namo. Mas tenho casa aqui em BH, tenho o Namo em BH, tenho meus pais no Rio com um negócio recém inaugurado precisando de mão de obra para ajudar a tocar.
Pensei em sair do meu trabalho e procurar um ramo que me realize mais, como cultura, por exemplo – mas aqui em BH... Pensei em agüentar mais um pouco e partir para a arriscada manobra de abrir meu próprio negócio – de quê? Pensei que daqui a poucos anos vou querer ter filho(s) e não vou querer que eles sejam criados por babá/creche. Pensei na maldita hora em que a mulher deixou de poder trabalhar para ter que trabalhar.

Pensei, pensei e não resolvi nada. Até agora, só sei que quero trabalhar menos (ou em horários mais flexíveis, ou trabalhar de casa), ganhar mais dinheiro e me divertir mais.

Mas não quero um aniversário com climão. Quero comemorar, rir, possivelmente encontrar meus amigos, jantar com o Namo e estrear nossos jogos de hashis que comprei na Liberdade. E, de sobremesa, o meu doce preferido desde que sou pequenininha dos últimos tempos:


Lajotinha: o primo rhyco do Bis

Dois, Um!

Pessoas que não têm disciplina não deveriam se propor a fazer uma contagem regressiva, eu sei. Mas no meio da contagem regressiva teve São Paulo, e teve o show do Paul, e teve eu ontem ficando no trabalho até as 20h19. Mas vou colocar os itens da wishlist mesmo assim, porque eles valem além do aniversário.

O item da contagem “dois” da lista não foi possível naquela data, mas vai ficar guardado para uma próxima ocasião. O que eu mais queria na minha terça-feira em São Paulo era tomar café da manhã com a Sílvia e com a Lívia, almoçar com o Rob e lanchar com os Explosions e com a Carol, que estão em SP. Com a viagem corrida, falta do número de telefone da Sílvia, Lívia doente, um almoço desmarcado e o medo de não chegar a tempo no aeroporto, não deu para fazer nada disso. Mas fica o registro para a próxima vez que eu for à cidade.

O “um” é uma coisa que já existe, mas não exatamente do jeito que eu quero. Eu quero um relicário que caiba todas as boas lembranças, as pessoas queridas, os sabores que eu quero provar para sempre, os pequenos momentos de todo dia de felicidade. Quero um relicário que seja meio Room of Requirement e que, ainda por cima, dê uma compactada nas coisas todas para eu não ficar carregando tipo infinitas toneladas no pescoço.

Porém, na ausência desse relicário específico, eu também ficaria bem contente com um desses:



domingo, 21 de novembro de 2010

Três!

O presente de hoje é até sacanagem. Sabe aquela cousa assim nunca-achei-que-isso-fosse-ser-possível? Os outros itens da wishlist que me perdoem, mas esse é o presente mais especial do ano. Quem sabe até da década dos 20, já que minha viagem à Disney e minha primeira à Itália ainda estavam na casa dos 10.

Depois de algumas semanas de espera, ansiedade (claro) e ensaios, vou finalmente retirar meu vale presente.


Para já ir entrando no clima do show, que vai ser só à noite, o momento mais esperado por mim:


Quatro!

Este ano fiz um curso de automaquiagem. Descobri que, tutto sommato, até que eu já sabia me maquiar direitinho, mesmo antes do curso. Mas, se teve uma coisa que percebi nos cinco dias me montando no Senac é que bons pincéis de maquiagem fazem toda a diferença.

Como nos meus 26 eu pretendo ser uma mulher disciplinada e passar minha maquiagem básica todos os dias Apesar de eu já ter desistido de me maquiar todos os dias, quero que, nas poucas vezes em que eu quiser ficar com cara de arrumada (ou de “oi, acordei assim”), tudo pareça ter sido feito no salão. Para isso, vou precisar de bons pincéis de maquiagem, como estes:




Até poderia ser um super kit exagerado assim, mas nem precisa:


Bom também seria um kit de bolsa, para carregar todas as inúmeras uma-vez-na-vida-outra-na-morte que eu precisar dar uma retocada fora de casa. Ah, e vale para viagens também, porque ninguém merece carregar uma segunda mala só de pincéis.


Uma boa opção (porque não basta ser bom, tem que parecer bom e também ser bonito, sorry) é esta. Pincéis de cerdas naturais e ainda por cima vêm em um estojo loosho!

sábado, 20 de novembro de 2010

Cinco!

Faltam só cinco dias para eu estar mais perto da casa dos 30 do que dos 20. Dia 25 é meu aniversário e meus 26 anos estão vindo aí. Ao contrário do ano passado, em que eu estava em uma vibe desanimada e só comemorei oficialmente com mamãe, papai e o namo, este ano estou numa vibe boa aniversário. Tanto, que a partir de hoje, vou fazer uma contagem regressiva aliada a uma wishlist de coisas materiais e outras nem tanto que eu gostaria de ganhar de presente.

Mas, antes de partir para as coisas que eu quero, preciso fazer jus às coisas que já ganhei. Meu primeiro presente, de mim para mim mesma, foi este:



Na verdade, esse é o vale presente, que será devidamente retirado no dia 22, e está sendo aguardado ansiosamente.

O segundo presente de aniversário que eu ganhei foi este, dos meus coworkers <3:



Conjunto de blusa e bolerinho da Espaço Fashion da cor que eu mais gosto no momento e, ainda por cima, de corujinhas! Impossível não amar de paixão!

Dois presentes de responsa, que serão bem acompanhados pelos próximos, a começar pelo primeiro item da minha wishlist:



Percebi que guardar as maquiagens todas bagunçadas em uma necessaire (mesmo sendo uma bem grande) faz tudo estragar mais rápido. As coisas que são compactas quebram, as que são em pó sujam, os estojos arranham e fica tudo com cara de velho e mal cuidado. Pensei até em comprar uma maleta de ferramentas, que cumpriria o papel direitinho, mas e o gramú, onde fica? E, falando em glamour, se achasse uma maleta bem vintage bem linda, cheia de divisórias para eu organizar minha vida das maquiagens seria sensacional.

Amanhã tem mais wishlist e mais preparação em clima de aniversário.

domingo, 3 de outubro de 2010

Me redimindo com o Armário

Sei que o Armário ficou juntando poeira nas últimas semanas - talvez até nos últimos meses. Mas a produção de conteúdo continuou. Assim, para me redimir, publiquei hoje os textos que escrevi nesse meio-tempo e não postei. Estão com as datas em que foram feitos.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Terça-feira

O dia hoje amanheceu escuro, úmido e quente-frio. Por isso, vou acordar às 08h30, ligar a televisão e chamar o Otelo para a cama. Vou assistir a Ana Maria Braga até umas 09h, quando vou me levantar e tomar meu café da manhã com pão de queijo. Vou trocar de roupa e, se não estiver chovendo, levar o Otelo na rua. Se estiver chovendo, vou levá-lo na garagem, onde iremos correr e brincar bastante.
Na volta, vou tirar uma contra-coxa de frango do freezer, para fazer com batatas, arroz e feijão. Talvez eu vá à Romanina comprar uma salada quando sair com o Otelo. Vou fazer meu almoço, comer tranquilamente e tirar um cochilo no sofá à tarde. Quando acordar, lá pra umas 14h, vou pegar a coleção de paper toys da Alice in Wonderland para terminar. Ainda faltam a Lagarta, metade do Chapeleiro Louco e o Gato todo. Vou fazer tudo isso com a TV ligada na Sessão da Tarde.
Lá pra umas 17h30, vou ver Malhação e entrar no computador. Vou ler um monte de episódios de Questionable Content e, finalmente, atualizar meu blog, já que estou com vários textos prontos que não tenho tempo de postar. Enquanto isso, vou baixando um filme para assistir mais tarde. Talvez eu termine de ver o segundo filme da trilogia do Poderoso Chefão, que comecei meses atrás, dormi no meio, deletei o arquivo sem querer e nunca mais vi.
À noitinha, vou levar o Otelo para passear de novo, assistir ao filme e tomar meu banho. Vou deitar na cama com meu Comer, Rezar, Amar e ler até o sono chegar.

#SÓQUENÃO

De verdade mesmo, vou trabalhar o dia todo e não ver a vida passar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Aloka dos sapatos - ou: Meus artifícios de auto sabotagem

Segunda-feira, 13:45, eu indo para uma reunião na Savassi que começaria às 14h. Passei na frente da loja da Virgínia Barros e resolvi comer aqueles 15 minutinhos que estavam sobrando dando uma olhada nos sapatos. Para minha total infelicidade financeira, vi esta sandália (inserir link) e me apaixonei. Porém, como me restavam poucos minutos para o início da reunião, deixei para experimentar depois.
Passei o tempo todo da reunião (que estava marcada para 14h às 18h mas que começou com uma meia hora de atraso) pensando que passaria lá caso a reunião terminasse mesmo na hora. Novamente, para minha infelicidade financeira, ela terminou. Fui à loja de novo, experimentei, a danada da sandália ficou linda no meu pé e me vi obrigada a levar ela embora.
Enquanto esperava a menina (Laís o nome dela, uma graça) colocar a sandália no saquinho, vi a ankle boot mais bonita do mundo. Meu coraçãozinho feminino e levemente consumista gelou. Perguntei o preço. Três dígitos começando com 1. Peguei a botinha da vitrine. Laís me disse que era de uma coleção especial feita em homenagem a Alice no País das Maravilhas e que, além dessa, só havia sido feita mais uma, número 35 e meu coração dava pulinhos com os olhos brilhando. Experimentei a botinha, e percebi tristemente que ela tinha ficado um pouco estreita no meu pé. Não muito, nem tão apertada, somente um pouco justa.
Fui para casa pensando nela, dormi pensando nela, passei o dia no trabalho pensando nela. Abri o blog da Virgínia Barros para ver a foto dela e mostrar para as meninas do Marketing. Por que a bota exclusiva tinha que ser tamanho 36? Resolvi usar a minha técnica de sabotagem mais comum, ou seja, “vou esperar até sábado. Se ela ainda estiver lá, significa que era mesmo para ser minha”, mas quem disse que resisti?
Ontem, exceção das exceções, saí do trabalho às 18h em ponto – ou quase. Fui no caminho travando uma batalha comigo mesma, sem saber se esperava até sábado ou se já passava na loja de uma vez e comprava o raio da ankle boot. Mais uma técnica de auto sabotagem em jogo: se eu achar uma vaga na Fernandes Tourinho, bem no primeiro quarteirão, eu vou na loja. Mais uma vez, para desespero da minha conta no banco e do meu salário, achei a primeira vaga do quarteirão!
Na loja, experimentei a botinha de novo. A jogada era levar a maravilhosa no sapateiro e torcer para ele conseguir fazer a bota 36 calçar meu pé 36,5. Saco, por que o modelo exclusivo não é 37? Horas de dúvida, momentos de tensão e ansiedade, a ankle boot mais bonita do mundo nos meus pés e eu sem saber se conseguiria usar um sapato tão justo. Laís me garantiu que eu poderia trocar a bota caso eu a levasse no sapateiro e ele não conseguisse fazê-la ceder. Imaginei todas as roupas que eu poderia usar com a botinha. Comprei. Comprei e agora estou com ela no trabalho para levar no sapateiro na hora do almoço. Ponto para as táticas de auto sabotagem.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O privilégio de Dona Flor

Fui assistir, no fim de semana, à peça Dona Flor e Seus Dois Maridos – baseada no romance de Jorge Amado – com Carol Castro, Marcelo Farias e Duda Ribeiro. A peça é, como eu já tinha ouvido falar várias vezes, ótima. Figurinos, cenário, sotaque baiano dos atores – maioria carioca – e até o vídeo que introduz a peça, tudo muito bem produzido. O riso vem natural e, às vezes, compulsivo, como na cena em que Teodoro (Duda Ribeiro) vai à casa de Flor (Carol Castro) pedi-la em noivado. Também há as pitadas de drama, como na morte de Vadinho (Marcelo Farias). Morreu no Carnaval, de cachaça e vadiagem, vestido de baiana.
Enfim, definitivamente uma peça para ser vista. Mas fiquei mais interessada na história de Dona Flor. Uma mulher séria, direita, trabalhadeira e de princípios. Ainda assim, uma mulher cheia de desejos – como todas, aliás. Casa-se com Vadinho, pilantra vagabundo e ótimo amante. Com a morte desse primeiro marido, se vê obrigada a superar o luto e se casa uma segunda vez, com o sério e cerimonioso farmacêutico Teodoro. Porém, se com o primeiro ela era infeliz, mas satisfeita, Flor agora é uma mulher infeliz e insatisfeita.
É para resolver esse problema que o espírito de Vadinho volta, para satisfazer Flor nos quesitos em que Teodoro não é capaz. Não é facilmente que a moça aceita a situação, mas há que se dizer que Vadinho é um mestre na retórica. Convence Flor de que ele e Teodoro não são adversários, mas sim “colegas”. Ambos casados com ela no papel e na Igreja, com igualdade de direitos. O golpe de misericórdia é o monólogo final, lindo, em que Vadinho finalmente convence Flor de que ela nunca será plena somente com um dos dois maridos. E ela cede, apaixonadamente.
Saí da peça imaginando a vida feliz de Dona Flor, com seus dois maridos. Teodoro é o perfeito companheiro, sério, leal, preocupado com o bem estar da esposa e provedor da casa. E Vadinho se ocupa da “vadiagem”, parte igualmente importante. Tem a única – mas não menor – função de satisfazer Flor em seus desejos mais viscerais, completando o cenário de felicidade plena daquela mulher que tem como ambição ser completa.
A peça, mais que entretenimento, “mi ha fatto un colpo”. Um golpe fulminante, que inseriu em mim um pensamento, aliás, um sentimento que não tenho conseguido abandonar: toda mulher merecia ser Dona Flor.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A fuga

Era de noite, e estávamos – mamãe, papai e eu – no carro, indo não sei para onde. Como de costume, meu pai se perdeu no caminho e fomos parar em um beco escuro e deserto. Meu pai foi fazer o retorno em um lote vago, quando nós fomos cercados por um bando de homens mal encarados e armados – não vi direito com o quê, mas sabia que não eram armas de fogo. Na mesma situação que a gente estava um outro homem, mais ou menos da idade do meu pai.
Como esse outro homem havia chegado primeiro, os homens mal encarados resolveram acertar logo com ele. Mandaram o homem sair do carro e foram dando safanões nele até ele chegar em um canto do lote, longe do carro. Meu pai também saiu do nosso carro, mas os homens mal encarados o mandaram esperar. Meu pai estava perto da saída, ao lado do carro do homem.
Não sei direito por que, o homem que estava sozinho começou a se agitar e os homens mal encarados também. Começou uma gritaria, um corre-corre e alguns safanões no homem sozinho. Nessa hora, vi meu pai olhar para o carro do homem sozinho. Falei “Mãe, troca de lugar que meu pai vem pra cá”. Mas aí vi que meu pai ia para o outro carro e gritei: “Mãe, dirige este carro! Vai!”
Meu pai correu para o carro do homem sozinho, que estava com as portas abertas e a chave na ignição. Bateu a porta e arrancou com força. Minha mãe venceu o torpor e arrancou nosso carro também com força, quase atropelando um dos homens mal encarados – este usava chapéu e parecia ser o chefe da gangue. Quase fomos pegas na troca de marcha, mas conseguimos fugir. Paramos mais na frente, com os olhos arregalados, a boca seca e o coração querendo sair do peito. Meu pai estava logo à nossa frente, também são e salvo, no carro do outro homem.  
Quando acordei, o vento – que soprou forte a madrugada inteira – assoviava na janela e fazia o telhado da casa velha do vizinho bater fazendo barulho. Outros barulhos – de cidade abandonada – também eram obra desse vento do qual eu não gosto. Fiquei grata por ter sido um sonho ruim, mas o aperto no peito ainda mora aqui temporariamente.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tão óbvio

Depois de uma manhã de muita, mas muita briga com a Vivo por causa de uma conta errada, saí para o almoço. No restaurante, sentei em uma mesa ao lado de duas pessoas – homem e mulher – que pareciam ser colegas de trabalho. Ela, muito natural, falando de uma relação recém terminada. Ele, olhando intensamente no fundo dos olhos dela, com a mão quase na mão dela em cima da mesa e participando muito interessadamente na conversa.
Eles falavam muito baixinho, mas consegui ouvir ele perguntando “Mas você acha que terminou mesmo?” com ares desinteressados, mas que escondiam uma grande esperança. Ela, alheia ao que provocava na cabeça dele, falava que ele tinha cílios lindos e declarava que, um dia, ainda faria implante (sim, isso existe). E ele respondia que não sem palavras.
O problema é que ela via nele um amigão. E ele via nela “a nora que mamãe queria”. Vi que ela nunca iria entender daquele jeito. Fiquei aflita. Terminei de comer rápido, peguei meu brigadeiro, levantei da mesa e vim para o trabalho, imaginando que futuro terá essa história.

domingo, 23 de maio de 2010

Grown up stuff

Você sabe que está virando gente grande quando:

  • Tem e-mail corporativo;
  • a empresa onde você trabalha manda fazer cartões de visita para você;
  • tem cartão de vale-refeição;
  • participa de reuniões de trabalho e não são dos grupos da escola/universidade;
  • deixa de ir a algum evento social no fim de semana porque tem que arrumar a casa;
  • compra jogo de toalhas, panos de prato, bandeja de café da manhã e afins para a sua casa;
  • é convidado para ser padrinho/madrinha de casamento;
  • contrata um plano de previdência privada;
  • começa a pensar em investir em ações;
  • suas compras de supermercado têm mais itens da cesta básica do que cervejas e chocolates.

Conhece outros indícios? Conte-me que eu incluo na lista com prazer.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tal mãe...

A gente estuda, se esforça, faz faculdade, frequenta outros meios, procura se envolver com gente inteligente mas às vezes, não tem jeito, a herança genética vem à tona.
Minha mãe é, de longe, a pessoa mais distraída que eu conheço. Ela já colocou leite condensado no estrogonofe achando que era creme de leite e comete umas gafes horrorosas pela falta de atenção. Gafes, assim, do tipo chamar o cachorro pelo nome do dono (aconteceu ontem. Algumas vezes).

******

Dia desses, era uma quarta-feira, foi aniversário de uma prima e ela resolveu comemorar no dia mesmo, em uma pizzaria. Coincidiu com o período em que eu estava trocando de emprego e tirei uma semana para resolver uma série de pepinos.

No dia, acordei lembrando do aniversário e incluí a compra do presente na lista de afazeres – e essa história não vai acabar no “no fim, esqueci de ligar para ela”. Procurei alguma coisa com a cara dela, escolhi o presente com cuidado e tinha certeza de que ela iria adorar.

Lá pelas 17:30 (o evento estava marcado para as 19:30) já comecei a me organizar para sair, levando Otelo pra passear. Ao chegar, tomei um banho; sequei meu cabelo com o secador – coisa que não faço nunca; vesti uma salopete com meia-calça e bota porque o dia estava meio friozinho e passei até uma maquiagenzinha no rosto. Preparei o kit-saída para o Otelo (brinquedos com petiscos dentro, para ele não chorar na hora que eu saio), passei a mão na bolsa, lembrei de pegar o presente e fui abrindo a porta, pensando “Uai, gente, cadê a chave do... carro...”

Antes de concluir o pensamento, lembrei: a chave do carro estava, junto com o próprio, na oficina, onde eu o havia deixado dois dias antes. Sem dinheiro para o taxi, não fui. Herança genética é uma merda.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Esta é digna da Marcela*

Entrevista de emprego. Ela esperava na sala para ser atendida pela mulher do RH da empresa, depois de já ter feito teste de raciocínio verbal, raciocínio numérico, raciocínio espacial e de ter escolhido, dentre 190 pares de frases, as que diziam mais sobre ela.

A mulher do RH entrou na sala, sentou e começou as perguntas. Natural de onde, mora com quem, tem irmãos...

- Você namora?, perguntou a mulher, seguindo o protocolo das entrevistas de emprego de hoje em dia
- No momento, não.
- E quando terminou seu último relacionamento?, insistiu a do RH
- Na verdade, ontem.
- É mesmo? Quanto tempo durou?, quis saber ainda a entrevistadora.

Ela, então, cruzou as pernas para o outro lado, abriu a bolsa e tirou dela uma cigarreira de metal. Abriu, puxou um cigarro, que colocou na boca, ignorando os sinais de “Proibido fumar” da saleta. Acendeu, deu uma tragada longa e prendeu o fôlego antes de responder à pergunta. Soltou lentamente a fumaça e, só então, olhou para a mulher do RH, que já a olhava com os olhos arregalados. Respondeu lentamente, saboreando cada palavra:

- Três intensas e longas horas.

*Saiba quem é Marcela aqui.

sábado, 10 de abril de 2010

De Coalhados Dies

Ontem foi a festa de formatura da Lu, da Sula e do Otavio, que se formaram em uma das turmas mais legais da Comunicação nessa nossa geração de Fafich. Como em toda festa de formatura que se preze, teve banda - claro. E a banda era bem performática (leia-se: tinha dançarinos de axé vestidos de colegial dançando Grease com as dançarinas de vestido brilhoso e um tiozinho que encarnou o policial em YMCA).

Terminada a leva das músicas Anos 60, o vocalista - devidamente vestido com sua indumentária calça coladinha, camiseta coladinha e suspensório - deu o famigerado grito:

- Quem gostou faz barulhoooo!!!, ao que muitas pessoas responderam entusiasmadas.

Lembro de, nessa hora, ter pensado "Ainda bem que tem gente que faz isso por mim, assim a gente evita um momento constrangedor na festa", enquanto colocava meu copo de maracujança já vazio em cima da mesa.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Esquilo!

Esse domingo, depois de passar muito tempo não fazendo nada com o Otavio, decidimos ver um filme. Final de domingo, chuva lá fora, escolhemos “Up”, da Pixar. Uma das melhores cenas é quando os cães reunidos perdem completamente o foco do assunto que estão conversando – sim, os cães do filme conversam – por causa de um esquilo que passa.


Hoje revi a cena, mas ao vivo, e o esquilo era eu. Voltando do trabalho, passei por uma rodinha de “homi”. Eram uns três ou quatro, não sei ao certo. Eles estavam conversando bem animadamente sobre alguma coisa que eu não sei o quê. Mas bastou eu passar pela rodinha para eles pararem imediatamente o assunto e olharem para mim, todos ao mesmo tempo, virando a cabeça à medida em que eu passava. Nenhum deles disse nada, mas todos entenderam que naquela hora eles deveriam olhar a mocinha que estava passando.


Normalmente, eu teria ficado revoltada, me sentindo ultrajada. Mas lembrei da cena do filme, dos cães, do esquilo. E ri, sozinha na rua, gargalhei, mandei mensagem pro Otavio. Ainda estou pensando sobre essa cumplicidade masculina. Como eles sabem que o interesse geral é olhar a mocinha e não continuar a conversa? Isso nunca aconteceria em uma roda de mulheres. No máximo, se o cara que passasse na frente da roda fosse unanimemente bonito, todas elas olhariam e começariam a comentar animadamente depois que o tal cara passasse.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

O conto do sofá molhado

Depois de dois anos morando em uma casa cuja sala dava eco, já que a única peça de decoração/mobília era um penduricalho no lustre, a moça resolveu finalmente comprar móveis para sua sala. Comprou-os usados de uma prima e, por vários dias, ficou completely in love com os móveis, com a conquista, com sua decisão.

É claro que, imediatamente após a chegada dos móveis novos, Hamlet – seu cachorro – “estreou” os sofás. Mijou no pé de um e na almofada – sim, ele era de fato uma praga – de outro. Assim que ela descobriu, tirou a almofada, colocou debaixo da torneira, lavou com Ariel líquido, enxaguou bem e colocou ao ar livre para secar. No domingo de manhã, a almofada até tomou um solzinho de leve, já que a chuva havia cessado. Seca, ela recolocou a almofada em seu mais novo reduto, o sofá de três lugares.

Depois de encontrar uma amiga para um lauto café da manhã e tendo descoberto que não precisaria mais hospedar um amigo que chegaria naquele dia, a moça decidiu que o resto do domingo seria passado... no sofá, claro. Colocou a caminha B de Hamlet aos seus pés e ali ele deitou para curtir a domingueira junto com sua diligente dona.

Ela começou a ver um filme no computador e, em um determinado momento, já tendo digerido o café da manhã, saiu para pegar um lanche. Hamlet, que normalmente vai atrás de quem se levanta no matter where a pessoa esteja indo e fazer o quê, nem se preocupou em saber para que ela havia se levantado. A moça foi à cozinha, pegou o pacote de biscoitos e voltou para o sofá. Rápido assim: uns trinta segundos, no máximo. Ao chegar de volta na sala e se deitar, sentiu um molhado em seu joelho. “Filho da p*ta! Mijou aqui de novo”, pensou ela sobre Hamlet, já que ela é uma moça sem meias palavras. Cheirou a mancha e, para sua surpresa, o cheiro que vinha dela era de Ariel líquido. Ou seja, não era xixi, era água.

Estava chovendo, mas a janela estava fechada. Ela, então, ignorando o fato de que acima de sua cabeça havia a laje do terraço de sua própria casa, olhou para cima, para se certificar de que não havia goteiras – neste caso, corredeiras, pois o molhado no sofá era grande demais para uma gota – mas encontrou o teto seco, assim como a cortina. A água havia simplesmente brotado do sofá e isso havia acontecido enquanto ela havia ido à cozinha.

“E daí?” E daí que está criado o mistério. Se não havia sido Hamlet, nem a água que veio da janela e nem um derramamento do teto do apartamento, não havia explicação cabível para aquela água. Para se conformar, a moça elaborou algumas hipóteses, que foram inclusive apoiadas por seu namorado: gremlins; duendes; gnomos; bruxaria; fantasmas que vieram juntamente com os sofás, e esse foi o real motivo pelo qual sua prima se livrou deles. Preferiu parar de pensar no assunto para não conviver com a angústia de ter esse mistério não solucionado em sua vida. E, no caso de a mancha molhada ser mesmo efeito de algo de outro mundo, já se resignou que conviverá bem com a criatura, seja ela qual for. Afinal, ela já convive com Hamlet mesmo...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

10 coisas legais de se ter um trabalho

Segundo o Datafoda-se (ouvi essa esses dias e fiquei doida pra usar!) e o meu pai, o tempo médio de espera entre a formatura e o início do primeiro emprego varia entre três e seis meses. Acho que, em parte por sorte, em parte pela minha formação ter sido em uma boa universidade, eu esperei um mês. Foi um mês longo, produtivo, angustiado, descansado, entediado, animado, econômico, renovador, decisivo. Fiz um monte de coisas que queria fazer há tempos e percebi que vou ter que saber organizar meu tempo bem direitinho agora que vou trabalhar o dia todo e ainda continuarei sendo dona de casa. Mas esse post é para falar de 10 coisas legais de se ter um trabalho, coisas sobre as quais eu venho matutando desde segunda-feira, quando tive a boa noticia, então, lá vão:

1)Ganhar salário, vale transporte e vale refeição
2)Conhecer gente nova e fazer novos contatos
3)Ter um computador só meu no trabalho e, mais, ter minha própria mesa, mesmo que pequenininha
4)Poder levar minha caneca, minha garrafinha térmica e minha caixinha de chás e deixar lá para usar quando eu quiser
5)Ter um porta retrato bonito com uma foto legal para olhar quando estiver de saco cheio
6)Eventualmente, receber horas extras!
7)Poder assinar o netmovies.com, porque agora eu vou ter onde entregar o filme
8)Dar o endereço do trabalho quando comprar coisas pela internet, porque lá sempre vai ter gente para receber o pacote
9)Descobrir lojas, restaurantes, bares e lugares legais em geral que são perto do trabalho
10)Ocupar seu tempo com alguma coisa produtiva e ganhar experiências legais com isso

É claro que essa lista não está por ordem de importância, mas sim na ordem em que eu fui lembrando das coisas. E é claro também que existem outras coisas que podem até ser mais legais do que as que eu apontei mas, para mim, essas dez coisinhas têm o maior valor do mundo!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Novamente, Tim

Chegando ao trabalho hoje, ouvi no rádio a música “Gostava tanto de você”, do meu querido Tim Maia. Lembrei de uma vez na escola, em que sugeri essa mesma música para uma homenagem ao diretor, que estava se aposentando.

Eu estava na quinta-série na época – vai saber como se chamaria isso hoje em dia, depois de tantas reformas e trocas de nomes das séries. Tinha 11 anos. Cada turma deveria fazer uma homenagem a esse diretor que era realmente muito bom e estava para se aposentar. A professora, com a sensibilidade de um javali, não conseguiu pensar em nada e perguntou à turma se alguém tinha uma sugestão. Eu, então, sugeri que a gente cantasse “Gostava tanto de você” em coro. Já de cara, a recepção não foi bem do jeito que eu esperava:

- Que música é essa?, perguntaram não só os meus colegas de sala, como também a professora, de Português, diga-se de passagem.

- É aquela que fala “Não sei por que você se foi, tantas saudades vou sentir...”, do Tim Maia!, respondi provavelmente com tom de obviedade.

A professora perguntou então se alguém poderia pesquisar a letra – lembrando que quase 15 anos atrás não existia a internet no mundo das pesquisas escolares – para nós começarmos a ensaiar no dia seguinte. Novamente, eu levantei a mão:

- Professora, eu sei a letra de cor! Se quiser, posso anotar agora e a gente começa a ensaiar hoje mesmo.

Ainda lembro da cara de espanto dela e dos meus colegas de sala, que não entendiam como eu podia saber a letra de uma música que tinha praticamente a minha idade (mal sabiam eles que, nessa época eu também já sabia de cor “Tiro ao Álvaro, de João Sabiá). Na época, não entendi o motivo das caras esquisitas e simplesmente peguei uma folha de caderno e me pus a passar a letra da música para o papel.

Hoje, escutando “Gostava tanto de você” no rádio e me lembrando do repertório de Tim Maia, concluí duas coisas: que aquela professora tinha a cultura pop de uma britadeira; e que Tim Maia deveria ser conteúdo obrigatório nas escolas. Todo vertebrado deveria saber de cor as letras de “Acenda o farol”, “Réu confesso”, “Descobridor dos sete mares”, “Azul da cor do mar”, “Você” e “Primavera”. Só para começo de conversa. E para os que, como eu, são fãs:





PS: Ainda pensando sobre o assunto, me veio à cabeça: “mas também, em um país em que a maioria da população não sabe nem a letra do hino nacional, querer que cheguem a saber Tim Maia talvez seja um pouco demais...”