Reconheço, confesso, admito: roubei o título da coluna do Carol, e-zine do curso de Comunicação da UFMG. E, a bem da verdade, não será de fato uma ombudsagem, visto que não trabalho no veículo – ainda. Mas o nome do cargo – que eu acho que deveria, de fato, ser criado – é muito pertinente, tanto com o veículo, quanto com o que me proponho a fazer. Posto isso, vamos ao que interessa.
Dia desses, ainda em janeiro, assinei a revista TPM – Trip Para Mulheres. Após quase um ano de minha chefeamiga (gente, desculpa, é a maldita reforma ortográfica...) comentando comigo sobre as edições mensais da tal revista e após ler algumas edições que peguei emprestadas ou comprei na banca, resolvi que seria esta a “revista feminina” que iria me completar. Revista de mulher moderna, que não quer conquistar-seu-homem-em-doze-lições, que não sucumbe à ditadura da magreza esquelética, que apresenta casos interessantes de gente interessante.
Liguei para o SAC da Editora Trip, parcelei a assinatura em duas vezes (bolsaestágio me obriga a fazer essas coisas) e fiquei esperando ansiosamente a chegada do pacotinho que, como havia me advertido a atendente da Trip, só chegaria na segunda quinzena de fevereiro.
Minha primeira TPM de assinatura chegou dia 14 de fevereiro, e com brinde – God knows como eu gosto de um brinde! Abri o pacote e fui dando as primeiras olhadas na revista dentro do carro, a caminho da casa do meu sogro. Fui de TPM para o churrasco, e com que prazer!
Acho que, se a equipe de redação da revista soubesse do conteúdo destes primeiros parágrafos, não teria feito uma revista tão maisoumenos (Altas! Reforma ortográfica!). Início de fevereiro, volta das férias, ano brasileiro quase começando – ainda não havia passado o Carnaval – e a TPM chegou morninha, morninha.
Devo admitir que algumas matérias corresponderam às minhas expectativas. A reportagem sobre as mulheres quitanda ficou excepcional. Muito bem escrita e me fez pensar em algo que não havia me passado pela cabeça antes: essas mulheres sacodem a bunda por opção, deliberadamente para ganharem dinheiro e sabem o que significa o que fazem em seus shows. Muito bom! Bacanérrimas também foram as páginas vermelhas. Mulher de verdade, cheia de problemas, que vai levando e consegue até ser feliz com o que realizou até hoje. Entram aqui neste parágrafo de elogios as crônicas da Milly Lacombe, Mara Gabrilli e Diana Corso: cada uma a seu modo escrevendo com sensibilidade extrema. Outro acerto: a peça coringa do mês, apesar de cara, foi muito bem escolhida.
Por outro lado, houve também o que me desagradasse “de com força”. Matéria Última Moda, por exemplo. Para início de conversa: “A proposta é que você, que pesa mais de 60 quilos e não se interessa por desfile, também fique linda com o modelito”. Achei ótima essa proposta, já que pertenço a esse grupo. Mas será que essa regra só se aplica fora da revista? Ao ver as fotos da matéria, percebi que eram exatamente as “magrelas” a posar com as tais roupas para a sessão de fotos da revista! Hello! Além disso, serão só as alunas recém formadas pela Faculdade Santa Marcelina as promessas no mundo da moda ou isso foi o que a redação teve tempo de apurar?
O Magazine beleza também não está lá essas coisas. Apesar de a Didi Wagner parecer ser mesmo uma mulher vaidosa mas sem frescuras – o que é um fato muito positivo – o fato de ela morar em Nova Iorque a distancia muito de nós, leitoras mortais, que moramos do Oiapoque ao Chuí. “Faço o estilo high-low: compro roupas da Zara, mas também uma ou outra peça de grifes mais caras, para pontuar o look”. Gente, socorro! Desde quando a Zara é de se desprezar assim aqui no Brasil? Por mais que haja as fantásticas promoções e que a marca seja o equivalente de nossas C&A, Riachuello e Renner no exterior, em terras tupiniquins comprar na Zara é pagar caro!
Essa discussão me leva a um outro ponto que já havia me incomodado um pouco em edições anteriores, mas que na TPM de fevereiro se intensificou. Cadê as pessoas normais? Cadê as pessoas que não são enteadas do Gabeira, ou professoras das estrelas, ou ex funcionárias da Trip Editora, ou filhos do João Ubaldo Ribeiro? Não que elas não tenham histórias interessantes para contar. Ao contrário, a experiência da enteada do Gabeira na África parece ter sido realmente extraordinária, e o filho do João Ubaldo Ribeiro é, de fato, um pitéu. Mas também há pessoas sem relação direta com figurões da cena brasileira que possuem histórias tão fascinantes quanto.
Por fim, sobre a editora convidada especial do mês. Que chatisse! Vou-me-mudar-de-apartamento-e-combinei-com-meu-marido-de-transformarmos-nosso-apartamento-atual-em-residência-moradia-uoréver-para-artistas. Socorríssimo!
Felizmente, o tempo é implacável e passa rápido. Assim, já nos encontramos em março, mês de uma TPM nova e – espero – renovada. Carnaval já passou, o ano definitivamente já começou. Mãos à obra!
2 comentários:
Concordo em gênero, número e grau! Ah, e não é porque você assinou que perde o direito às edições antigas. Quando quiser ler alguma, é só falar!
Outra coisa. Esse negócio de chefe eu já te falei.... Tá querendo que eu anote na sua avaliação!!!! hahahahahahahaha
Beijos
uma revista pra mulheres que se chama tpm... essa foi boa, uai! :)
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