sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tal mãe...

A gente estuda, se esforça, faz faculdade, frequenta outros meios, procura se envolver com gente inteligente mas às vezes, não tem jeito, a herança genética vem à tona.
Minha mãe é, de longe, a pessoa mais distraída que eu conheço. Ela já colocou leite condensado no estrogonofe achando que era creme de leite e comete umas gafes horrorosas pela falta de atenção. Gafes, assim, do tipo chamar o cachorro pelo nome do dono (aconteceu ontem. Algumas vezes).

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Dia desses, era uma quarta-feira, foi aniversário de uma prima e ela resolveu comemorar no dia mesmo, em uma pizzaria. Coincidiu com o período em que eu estava trocando de emprego e tirei uma semana para resolver uma série de pepinos.

No dia, acordei lembrando do aniversário e incluí a compra do presente na lista de afazeres – e essa história não vai acabar no “no fim, esqueci de ligar para ela”. Procurei alguma coisa com a cara dela, escolhi o presente com cuidado e tinha certeza de que ela iria adorar.

Lá pelas 17:30 (o evento estava marcado para as 19:30) já comecei a me organizar para sair, levando Otelo pra passear. Ao chegar, tomei um banho; sequei meu cabelo com o secador – coisa que não faço nunca; vesti uma salopete com meia-calça e bota porque o dia estava meio friozinho e passei até uma maquiagenzinha no rosto. Preparei o kit-saída para o Otelo (brinquedos com petiscos dentro, para ele não chorar na hora que eu saio), passei a mão na bolsa, lembrei de pegar o presente e fui abrindo a porta, pensando “Uai, gente, cadê a chave do... carro...”

Antes de concluir o pensamento, lembrei: a chave do carro estava, junto com o próprio, na oficina, onde eu o havia deixado dois dias antes. Sem dinheiro para o taxi, não fui. Herança genética é uma merda.

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