Entra ano, sai ano e a vida não para de surpreender a gente,
não é mesmo?
Quando foi dia 24 de setembro, eu resolvi que queria ir ao
Rock in Rio, dali a uma semana exata. Só tinha um pequeno porém: os ingressos
haviam esgotado cinco meses antes. Uma conversa com um amigo que também queria
ir e também estava sem ingresso foi o gatilho para a minha vontade virar força
de vontade. A partir daí, comecei uma busca doida não por um, mas por dois
ingressos para o Rock in Rio!
Eu de cá e ele de lá, tentamos todos os métodos que
podíamos: páginas no Facebook, amigos de amigos, sites na internet, agências de
viagem. Cheguei a pensar em comprar R$300 de Coca-Cola no Martplus para ganhar
dois ingressos. Mesmo sem o bendito na mão, na quarta-feira comprei minhas passagens
de ida e volta – de ônibus, para poder cancelar com até três horas de
antecedência da viagem sem pagar taxas, caso fosse necessário.
Foi só na quinta-feira (dois dias antes do evento, vale
ressaltar) que eu finalmente consegui os ingressos, da prima de uma amiga de
uma amiga, que havia desistido de ir. E a melhor parte: não por R$600 como
algumas pessoas estavam cobrando, mas por bem pouco mais do que os preços
originais, que haviam sido vendidos seis meses antes. Na quinta à noite enviei
uma mensagem para meu amigo, confirmando que estava com os ingressos na mão. “Você
é sinistra” foi a resposta (que eu adorei).
Sexta-feira era o dia da viagem. Mas antes, eu tinha uma
dinâmica de grupo de um processo seletivo para uma vaga de trainee que eu
estava fazendo. Não passei na dinâmica, mas conheci uma menina que também
estava indo para o Rock in Rio no dia seguinte. Como se não bastasse a
coincidência, ela ainda era uma menina muito legal! Trocamos telefones e
ficamos de nos encontrar lá. Ela, o namorado e os amigos seriam minhas
companhias, já que meu amigo só iria chegar bem mais tarde.
Esse dia do Rock in Rio não tinha nada de rock, mas tinha um
monte de coisas que eu queria ver. Jorge Drexler, Erasmo Carlos, Frejat, Skank,
Maroon 5 e Coldplay era o que fazia meus olhos brilharem.
Peguei o ônibus na rodoviária de BH de pilequinho, porque
havia passado na despedida do
Bonde da Índia e tinha
tomado duas caipirinhas. Ou seja: dormi a viagem inteira. Cheguei no sábado de
manhã e foi o tempo de dar uma descansada, tomar banho, almoçar e sair para a
Cidade do Rock. Meu amigo havia me dado todas as instruções de como chegar lá
de ônibus comum – e não o especial do Rock in Rio, pelo qual estavam cobrando R$35
– e eu, como por milagre, acertei o caminho todo!
Depois de três horas e meia, cheguei à Cidade do Rock. Dava
para ter chegado a Juiz de Fora, mas cheguei na Cidade do Rock e justamente a
tempo de pegar o inicinho do show do Jorge Drexler. Artista uruguaio, pouco
conhecido no Brasil, dividindo o palco com Tiê. Consegui ficar bem perto do
palco e pude ver até os cabelos brancos do músico. Cantei
Todo Se Transforma como se não houvesse amanhã.
Apesar de meio descrente que ela fosse mesmo querer me
encontrar, liguei para a menina da dinâmica de grupo e qual não foi minha
surpresa quando nós, de fato, nos encontramos no meio daquele infinito de
pessoas! Surpresa maior ainda quando descobri que não só ela era muito legal,
mas o namorado dela também e os amigos também! Passei com eles a tarde, até a
hora de encontrar meu amigo atrasado.
A essa hora, os shows do Palco Mundo já haviam começado. Com
Frejat, cantei todas as músicas; com Skank, tirei a camisa e rodei, junto com a
galera; teve Maná; e aí veio o Maroon 5 e, com ele, o Adam Levine e sua irresistível
presença de palco. Ninguém diria que não eram a atração principal. Aliás, para
mim, eram. Mas, de bônus, a noite ainda reservava o show do Coldplay, com o
qual me surpreendi. Juro que não esperava tanto espetáculo. Eram lasers,
telões, balões e tudo sendo visto por uma horda de fãs extasiados, que cantavam
cada pedacinho da música. Para encerrar,
Every Teardrop is a Waterfall, que colocou uma coroinha dourada no meu Rock in Rio 2011.
O dia já estava bom demais como estava, mas o destino ainda
não tinha se cansado de me ajudar. Amigo e eu estávamos prontos para caminhar
durante horas e horas e pular de transporte público em transporte público até
terminarmos exaustos e felizes em nossas casinhas, quando aparece uma van – até
hoje acho que era clandestina – com exatamente dois lugares, indo exatamente
para onde precisávamos e pelo mesmo valor que iríamos gastar do jeito mais difícil.
Meu sábado de Rock in Rio terminou no domingo, às nove da manhã, ainda comigo sem acreditar no que havia sido aquela semana. O dia 01 de outubro não foi espetacular somente por causa do Rock in Rio e seus ótimos shows. Aliás, acho até que isso foi secundário. O que faz desse dia especial foi toda a conjunção de fatores que fez com que tudo desse certo e a realidade fosse ainda melhor que o planejado; foi a nova amiga que fiz, em circunstâncias nada prováveis; foram as minhas companhias para esses shows; foi as coisas terem saído exatamente como eu queria que tivessem sido. O que fez do dia 01 de outubro o melhor de 2011 foi perceber que, sim, life’s a bitch. Mas às vezes ela pode te dar bola.
--------------
PS: Se você leu este texto até aqui, muito obrigada! Sofro de verborragia e algumas vezes sinto dificuldade em controlar minha síndrome.
PPS: Meme das Antigas. Já sabe, né? Clica na imagem no início do post para saber detalhes, postagens futuras, participantes e coisetal.