domingo, 23 de maio de 2010

Grown up stuff

Você sabe que está virando gente grande quando:

  • Tem e-mail corporativo;
  • a empresa onde você trabalha manda fazer cartões de visita para você;
  • tem cartão de vale-refeição;
  • participa de reuniões de trabalho e não são dos grupos da escola/universidade;
  • deixa de ir a algum evento social no fim de semana porque tem que arrumar a casa;
  • compra jogo de toalhas, panos de prato, bandeja de café da manhã e afins para a sua casa;
  • é convidado para ser padrinho/madrinha de casamento;
  • contrata um plano de previdência privada;
  • começa a pensar em investir em ações;
  • suas compras de supermercado têm mais itens da cesta básica do que cervejas e chocolates.

Conhece outros indícios? Conte-me que eu incluo na lista com prazer.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tal mãe...

A gente estuda, se esforça, faz faculdade, frequenta outros meios, procura se envolver com gente inteligente mas às vezes, não tem jeito, a herança genética vem à tona.
Minha mãe é, de longe, a pessoa mais distraída que eu conheço. Ela já colocou leite condensado no estrogonofe achando que era creme de leite e comete umas gafes horrorosas pela falta de atenção. Gafes, assim, do tipo chamar o cachorro pelo nome do dono (aconteceu ontem. Algumas vezes).

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Dia desses, era uma quarta-feira, foi aniversário de uma prima e ela resolveu comemorar no dia mesmo, em uma pizzaria. Coincidiu com o período em que eu estava trocando de emprego e tirei uma semana para resolver uma série de pepinos.

No dia, acordei lembrando do aniversário e incluí a compra do presente na lista de afazeres – e essa história não vai acabar no “no fim, esqueci de ligar para ela”. Procurei alguma coisa com a cara dela, escolhi o presente com cuidado e tinha certeza de que ela iria adorar.

Lá pelas 17:30 (o evento estava marcado para as 19:30) já comecei a me organizar para sair, levando Otelo pra passear. Ao chegar, tomei um banho; sequei meu cabelo com o secador – coisa que não faço nunca; vesti uma salopete com meia-calça e bota porque o dia estava meio friozinho e passei até uma maquiagenzinha no rosto. Preparei o kit-saída para o Otelo (brinquedos com petiscos dentro, para ele não chorar na hora que eu saio), passei a mão na bolsa, lembrei de pegar o presente e fui abrindo a porta, pensando “Uai, gente, cadê a chave do... carro...”

Antes de concluir o pensamento, lembrei: a chave do carro estava, junto com o próprio, na oficina, onde eu o havia deixado dois dias antes. Sem dinheiro para o taxi, não fui. Herança genética é uma merda.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Esta é digna da Marcela*

Entrevista de emprego. Ela esperava na sala para ser atendida pela mulher do RH da empresa, depois de já ter feito teste de raciocínio verbal, raciocínio numérico, raciocínio espacial e de ter escolhido, dentre 190 pares de frases, as que diziam mais sobre ela.

A mulher do RH entrou na sala, sentou e começou as perguntas. Natural de onde, mora com quem, tem irmãos...

- Você namora?, perguntou a mulher, seguindo o protocolo das entrevistas de emprego de hoje em dia
- No momento, não.
- E quando terminou seu último relacionamento?, insistiu a do RH
- Na verdade, ontem.
- É mesmo? Quanto tempo durou?, quis saber ainda a entrevistadora.

Ela, então, cruzou as pernas para o outro lado, abriu a bolsa e tirou dela uma cigarreira de metal. Abriu, puxou um cigarro, que colocou na boca, ignorando os sinais de “Proibido fumar” da saleta. Acendeu, deu uma tragada longa e prendeu o fôlego antes de responder à pergunta. Soltou lentamente a fumaça e, só então, olhou para a mulher do RH, que já a olhava com os olhos arregalados. Respondeu lentamente, saboreando cada palavra:

- Três intensas e longas horas.

*Saiba quem é Marcela aqui.