quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O 1ºencontro

De motos. Esse post vai tratar do primeiro encontro de motos a que eu fui. E do grande aprendizado a respeito dos gêneros de motociclistas.

Foi três findis atrás, em Mariana. Namo e eu saímos daqui com o pessoal do clubinho em um sábado de manhã, devidamente equipados e paramentados – eu ainda sem a minha jaqueta, mas este problema já foi resolvido.

Depois de nos perdemos em um arraial depois do cu-do-judas, chegamos em Mariana. A cena não podia ser diferente: motos esportivas, motos modificadas, motos clássicas, supermotos, motos de trilha, motos, motos, motos... Muita jaqueta de couro, muitas franjinhas de couro, muita loura de bota de cano longo por cima da calça. Tinha também um palco com uma “banda” de rock. Não me lembro o nome, mas lembro perfeitamente que era ruim. Muito ruim mesmo.

Mas o grande aprendizado vem agora: o pessoal que curte motos não é uma tribo. Eles são uma sociedade, com suas sub-divisões internas. Nesse dia, em Mariana, descobri que, para cada tipo de moto, existe um tipo de motociclista diferente. E lá também pude observar o comportamento deles em seu habitat.

O primeiro tipo que notei foi o pessoal das motos esportivas. Boys e, principalmente, boys velhos. Jaquetinha coladinha ressaltando a barriga – que eles insistem em murchar, achando que enganam alguém – capacete caro com o que há em aerodinâmica, escondendo suas prováveis carecas. Aceleram suas R1, Hyabusa, Kawasaki Ninja, produzindo um som que, combinado à “banda” de rock enlouquece qualquer vertebrado. E isso não é no bom sentido.

Depois, é impossível não notar o pessoal dos triciclos. Um dos amigos do clube de motos que freqüento certa vez disse que quando ficar velho, “cheio das labirintites”, vai comprar um triciclo, porque assim não corre o risco de desequilibrar para nenhum dos lados. Imaginou então o perfil dos triciclistas? Além disso – que me perdoem – mas é com eles que se verifica que mau gosto não tem limites. Capacete revestido de Durepoxi com formato de caveira, anéis modulares de caveira, caveirinhas com lanterninhas nos olhos em cima dos “veículos”. Um estilo trash-kitch talvez. Mas ficam na deles, não incomodam ninguém.

Muito próximos aos triciclistas, vêm os tiozões das motos street. São as Harley-Davidson, por exemplo. O fato de serem tiozões é inegável, e por um motivo muito simples: só eles têm dinheiro para investir em uma moto desse porte. Quase nunca aparecem só com suas motocas. Na maioria das vezes, eles se apresentam com o kit que adquirem no ato de compra da Harley: a moto, a loura oxigenada e a barriga de chopp apertada dentro de uma calça de couro e escapolindo do colete de mesmo material. Fazem parte do kit também os dois moleques pentelhos, mas esses normalmente ficam em casa com as babás – afinal, por maiores que sejam, as motos continuam comportando no máximo duas pessoas.

Falta falar do clã das big trails, que são motos de trilha, mas bem grandes. Não por acaso, é o grupo de que faço parte. É um pessoal discreto, sem papagaiada e sem shows de aparecimento. Nada de roupa coladinha, nada de caveiras e franjinhas. Nada também de ficar acelerando moto, exibindo o brinquedinho para os amiguinhos.

Acho que nem preciso dizer que as generalizações têm um caráter didático, e que as exceções estão presentes em todos os grupos, sub-grupos, inter-grupos etc etc etc. Mas, se tiverem a oportunidade, observem essa sociedade à parte que são os curtidores de motos para checar se os perfis conferem. E depois, claro, voltem para me contar!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O que eu quero

Escrevi o texto abaixo para uma matéria na faculdade e achei que estava com toda a cara do blogue. Leiam e contem-me o que acharam!

Eu quero ser mãe, mulher, esposa, chefe, senhora, cliente, menina. Eu quero me embriagar de boa música, comer poesia, cheirar bons filmes e degustar lugares. Levar quem faz parte de mim às cidades de onde já fiz parte. Eu quero ficar velhinha indo a baile da Terceira Idade no Sesc. Quero ter meia-entrada no cinema para sempre, e desejo profundamente pipoca mais barata e sem calorias.
Cidade sem trânsito, chocolate sem espinhas, emagrecer sem sofrer, amar sem doer.
Quero morar em uma casa espaçosa, onde cada um dos cinco filhos tenha seu próprio quarto. Isso um dia desses... Agora, quero mesmo é que minha sala tenha um sofá, ou as tão prometidas almofadas no chão, sobre tapetes. Dia desses também me casar. Sem festa, nem padre, nem buffet com canapés de maionese e uvas passas. Mas quero me casar de chapéu.
Quero conhecer Salvador, o aquário de Gênova, passar por Porto, ver o mar da Grécia, reencontrar uma amiga, reviver uma história, “ressaborear” um prato.
Eu quero conseguir correr sem colocar a língua para fora nos primeiros 500 metros, aprender a dar salto mortal, manter a flexibilidade, criar calos nas mãos.
Quero me divertir.