quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Aloka dos sapatos - ou: Meus artifícios de auto sabotagem

Segunda-feira, 13:45, eu indo para uma reunião na Savassi que começaria às 14h. Passei na frente da loja da Virgínia Barros e resolvi comer aqueles 15 minutinhos que estavam sobrando dando uma olhada nos sapatos. Para minha total infelicidade financeira, vi esta sandália (inserir link) e me apaixonei. Porém, como me restavam poucos minutos para o início da reunião, deixei para experimentar depois.
Passei o tempo todo da reunião (que estava marcada para 14h às 18h mas que começou com uma meia hora de atraso) pensando que passaria lá caso a reunião terminasse mesmo na hora. Novamente, para minha infelicidade financeira, ela terminou. Fui à loja de novo, experimentei, a danada da sandália ficou linda no meu pé e me vi obrigada a levar ela embora.
Enquanto esperava a menina (Laís o nome dela, uma graça) colocar a sandália no saquinho, vi a ankle boot mais bonita do mundo. Meu coraçãozinho feminino e levemente consumista gelou. Perguntei o preço. Três dígitos começando com 1. Peguei a botinha da vitrine. Laís me disse que era de uma coleção especial feita em homenagem a Alice no País das Maravilhas e que, além dessa, só havia sido feita mais uma, número 35 e meu coração dava pulinhos com os olhos brilhando. Experimentei a botinha, e percebi tristemente que ela tinha ficado um pouco estreita no meu pé. Não muito, nem tão apertada, somente um pouco justa.
Fui para casa pensando nela, dormi pensando nela, passei o dia no trabalho pensando nela. Abri o blog da Virgínia Barros para ver a foto dela e mostrar para as meninas do Marketing. Por que a bota exclusiva tinha que ser tamanho 36? Resolvi usar a minha técnica de sabotagem mais comum, ou seja, “vou esperar até sábado. Se ela ainda estiver lá, significa que era mesmo para ser minha”, mas quem disse que resisti?
Ontem, exceção das exceções, saí do trabalho às 18h em ponto – ou quase. Fui no caminho travando uma batalha comigo mesma, sem saber se esperava até sábado ou se já passava na loja de uma vez e comprava o raio da ankle boot. Mais uma técnica de auto sabotagem em jogo: se eu achar uma vaga na Fernandes Tourinho, bem no primeiro quarteirão, eu vou na loja. Mais uma vez, para desespero da minha conta no banco e do meu salário, achei a primeira vaga do quarteirão!
Na loja, experimentei a botinha de novo. A jogada era levar a maravilhosa no sapateiro e torcer para ele conseguir fazer a bota 36 calçar meu pé 36,5. Saco, por que o modelo exclusivo não é 37? Horas de dúvida, momentos de tensão e ansiedade, a ankle boot mais bonita do mundo nos meus pés e eu sem saber se conseguiria usar um sapato tão justo. Laís me garantiu que eu poderia trocar a bota caso eu a levasse no sapateiro e ele não conseguisse fazê-la ceder. Imaginei todas as roupas que eu poderia usar com a botinha. Comprei. Comprei e agora estou com ela no trabalho para levar no sapateiro na hora do almoço. Ponto para as táticas de auto sabotagem.

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