quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sobre feiúra e inconveniências

Eis que estava eu com Otelo parada na calçada esperando o sinal abrir para a gente atravessar. De repente, ouço de trás de mim:

- Cachorro é feio assim mesmo?

Olhei e era um senhor, com aquela cara de impáfia que algumas pessoas assumem quando velhas, certas de que a idade lhes garante imunidade sobre tudo. Resolvi manter o bom humor e respondi com um “Deste jeito!” e um sorriso. Mas ele me desafiou:

- Mas por que ter um cachorro feio assim?

- É, ele é feio, mas eu amo ele – respondi, mesmo discordando sobre o Otelo ser um cachorro feio.

- !

Aí eu resolvi que era hora de pôr fim àquilo:

- O senhor, por exemplo. Também é feio, mas deve ter gente na sua família que te ama. – e soltei um sorriso puro, deixando o velho abusado com cara de toda a pontuação conhecida pela gramática.

Já dizia minha bisavó: quem fala o que quer, ouve o que não quer.

4 comentários:

Otavio Oliveira disse...

hahaha MTO BOM.

Luíza Antunes disse...

o otelo é um velho sábio, ele deve ter ouvido isso e refletido sobre como algumas pessoas são idiotas...

Lu disse...

hahahaha.. Toma distraído!

Natalia Máximo disse...

Bem feito! Muito mais classudo do que eu faria se alguém viesse falar que minhas cachorras são feias - provavelmente, uma voadora com os dois pés no peito, sem nenhum arrependimento!